quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Saxophone Summit na Culturgest

No proximo Domingo, 14 de Novembro, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, terá lugar o concerto de Saxophone Summit, que reúne no mesmo palco três dos grandes saxofonistas da actualidade: Joe Lovano, David Liebman e Ravi Coltrane.

São três formas distintas de abordagem do saxofone, algo que permite a exploração dos contrastes e das diferenças de sonoridade que coexistem num mesmo instrumento.

Fazem ainda parte da formação Phil Markowitz (no piano), Cecil McBee (no baixo) e Billy Hart (na bateria).


Quando Michael Brecker, Dave Liebman e Joe Lovano – alegadamente os maiores saxofonistas de jazz do seu tempo – se juntaram pela primeira vez em meados da década de 1990 como Saxophone Summit, a sua missão era explorar os extremos limites do jazz, seguindo pelos caminhos que John Coltrane tinha aberto décadas antes.

Quando Saxophone Summit gravou o seu álbum de estreia, Gathering of Spirits, em 2004, a crítica delirou.

Infelizmente, com a morte de Michael Brecker no início de 2007, um segundo álbum com estes três titãs não se pôde realizar. Mas persistindo num pensamento e num espírito experimentais que tanto Becker como Coltrane personificavam, Saxophone Summit reúne-se de novo no álbum de 2008, Seraphic Light, que continua a celebrar e a explorar as últimas obras de Coltrane.

A Liebman e Lovano juntou-se o filho de John, Ravi Coltrane, que mais do que preencheu o vazio criado pelo desaparecimento de Michael.

Considerar Saxophone Summit apenas uma formação de “estrelas” seria redutor. Os três saxofonistas que integram este grupo são dos mais influentes da sua geração – incontornáveis líderes e acompanhantes de vários géneros da música contemporânea. Cada um, à sua maneira, combinou o seu entendimento da tradição com os desenvolvimentos mais recentes das últimas décadas.

Sobre Seraphic Light, dedicado a Brecker, diz Liebman. “A ideia original era continuar a partir do ponto em que tínhamos ficado com Gathering of Spirits”. Referia-se à ênfase dada no álbum precedente a algumas das características do último período de Coltrane: solos simultâneos, renúncia a um tempo específico, melodias e harmonias que vão do diatonicismo à dissonância. “As composições de Coltrane que escolhemos para Seraphic Light reflectem estas direcções… Por outro lado, queríamos que cada membro do grupo tivesse uma voz composicional representada. De modo que, na essência, temos dois álbuns num”.

Aquilo que deverá intrigar o ouvinte, além do elevado nível de intensidade que está longe de uma performance típica, é a forma como os três artistas absorveram e desenvolveram as suas influências comuns para criarem conceitos técnicos e um estilo individual no saxofone. Conceptualmente, as suas abordagens ao improviso são tão semelhantes como díspares.

Sem comentários:

Enviar um comentário